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Araras Sobrevivem na Mira do Tráfico de Animais Silvestres no Tocantins

Data do post: 25/09/2018 11:36:05 - Visualizações: (689)

Da apreensão de araras por motivo de tráfico, durante operação de fiscalização ou do recebimento por motivo de entrega voluntária aos órgãos ambientais, até o momento da soltura, a trajetória de tratamento desta espécie se estende por diferentes períodos, conforme as condições de saúde e de preparo da ave para a reintegração à natureza.

Fotos – Tiago ScapiniNesta terça-feira, 25, a equipe responsável pela fauna do Tocantins, no Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), relatou questões relacionadas ao tráfico dessas aves.

Fotos – Tiago ScapiniCom o fluxo de recebimento e soltura de espécies, no Centro de Fauna do Tocantins (Cefau) a quantidade de animais hospedados se mantém diariamente flutuante e pode mudar substancialmente de uma hora para outra. "O último levantamento referente ao ano de 2018 registra o recebimento de 84 aves oriundas de entregas voluntárias, cinco é resultado de apreensão e outras 70 são de origem do tráfico”, relatou, Grasiela Pacheco, responsável pelo departamento de Fauna.

A veterinária lembra que no início do ano, entre as aves de uma volumosa apreensão foram identificadas, ararajubas, araras vermelhas, papagaios e  curiós, capturadas no estado do Pará,

Especialista em herpetologia, o biólogo Silionamã Dantas destaca aspectos observados durante uma pesquisa de identificação dos hábitos de um traficante de animais silvestres. "Durante a observação da prática do traficante percebemos que ainda não sabemos nada sobre o mundo do tráfico de animais. Em um estado vizinho ao Tocantins, o traficante vai até o interior e compra com facilidade e muito barato uma arara, por exemplo. E vende ao valor de centenas de vezes a mais do valor pago”, declara.

Fotos – Tiago ScapiniO biólogo complementa “Se por um lado, temos um indivíduo no interior de um município, interessado em uma fonte de renda, por outro temos um intermediário que sabe que com a venda de apenas uma dessas aves vai compensar toda a operação criminosa".

Do ponto de vista do especialista, Silionamã Dantas, o risco para espécie é alto. Ele enfatiza que cada vez mais a fauna precisa de socorro. Para ele as apreensões representam muito pouco o número real traficado. E as instituições deveriam firmar parceria com profissionais de campo nos municípios, no incentivo a pesquisa e monitoramento para melhorar essa atuação.

“No ritmo que estamos logo teremos mais espécies à beira da extinção. Pois, além da retirada dos indivíduos e da sua prole, retiram animais filhotes e jovens, então a população que permanece na natureza está se tornando senil e consequentemente diminui as posturas, agravando o declínio da população e extinção da espécie", estima o biólogo.

Quanto à fiscalização nas rodovias, Grasiela Pacheco manifesta. "Apesar de ainda branda, a fiscalização nas estradas tem contribuído para o volume de apreensões. Porém, não há uma cobertura integral. Por outro lado, não basta só o trabalho da fiscalização e dos órgãos ambientais para a defesa desses animais” frisou.

A veterinária Grasiela explica que o processo de desaparecimento das espécies acontece de forma rápida. Em duas gerações, muitas espécies deixaram de ser vistas, pois a recuperação da natureza não consegue competir com a degradação praticada pelo ser humano. “Por isso é muito importante à participação da população, nunca vamos conseguir melhorar esse quadro, já que é difícil pegar o traficante sem a denúncia”, alertou.

Crime ambiental

Fotos – Tiago ScapiniO tráfico de animais silvestres é crime ambiental previsto na Lei Nº 9.605/1998 e regulamentado por meio do Decreto Nº 6.514/2008 que define sobre as infrações contra a fauna. Art. 24. Matar, perseguir, caçar, apanhar, coletar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, a multa é de R$ 500,00 por indivíduo de espécie não constante de listas oficiais de risco ou ameaça de extinção e R$ 5.000,00 por indivíduo de espécie constante de listas oficiais de fauna brasileira ameaçada de extinção, inclusive da Convenção de Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES).

Para denúncia de crime ambiental no Tocantins, o Naturatins dispõe do Linha Verde, através do telefone 0800 63 1155. Para acionar o monitoramento da equipe de fauna e notificar a localização de um ninho, o cidadão pode entrar em contato por meio do telefone 63 3218-2677 ou via email fauna@naturatins.to.gov.br.

 

Fonte: Cleide Veloso/Naturatins