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Com a Absolvição dos Acusados, Fica a Pergunta: Quem Matou Romildo Alves?

Data do post: 10/08/2018 14:50:56 - Visualizações: (8837)

Júri que aconteceu nesta ultima Quinta feira (09), no fórum de Tocantinópolis inocentou os dois rapazes que estavam presos por ter confessado, e posteriormente negado a autoria do crime.

Imagem do Site www.tocnoticias.com.brJúri que aconteceu nesta ultima Quinta feira (09), no fórum de Tocantinópolis inocentou os dois rapazes que estavam presos por ter confessado, e posteriormente negado a autoria do crime.

Num julgamento que demorou mais de 13 horas desde o seu início até o resultado final, tanto a defesa como a acusação usaram de réplicas e tréplicas para manifestarem suas teses diante do corpo de jurados, e no final, venceu a tese da defesa dos réus que estava formada pelos advogados Faelma Teles Aguiar e Mousimar Wanderley da Silva que defendiam Bruno Gomes Barros com o Defensor  Público Diansley Gonçalves Santana defendeu direitos de Yarley Carvalho.

Imagem do Site www.tocnoticias.com.brDurante o tribunal do júri, o promotor de acusação Eurico Greco Puppio reforçou a tese postulada pelo delegado regional de que a autoria do crime teria sido praticada pela dupla de réus, em uma de suas explicações  durante a apresentação da acusação o representante da promotoria disse aos jurados: "Esses dois moços que estão hoje todos bem vestidos aqui na nossa frente, devem ser condenados, pois eles não julgaram o Romildo, simplesmente o condenaram a pena máxima o matando sem direito a um julgamento justo como eles estão tendo".

A defesa dos réus feita pelos advogados Faelma Teles Aguiar e Mousimar Wanderley da Silva (Bruno), reforçada pelo defensor público Diansley  Gonçalves Santana que estava cuidando dos direitos de Yarley Carvalho, rebateram brilhantemente as provas coletadas pela polícia civil e apresentadas pelo promotor, no qual, durante uma de suas falas a advogada Faelma Teles criticou  a  falta de um das principais testemunhas, no caso, o cúmplice Leandro Nunes Cortez que não compareceu ao julgamento e que segundo a jurista é o principal suspeito de ter cometido o crime, e para se livrar acusou Bruno e Imagem do Site www.tocnoticias.com.brYarley. "Um absurdo, onde está o Leandro agora? Porque não compareceu a este julgamento? No meu entender ele no mínimo deveria estar também sentado no banco dos réus, mais não, ele ficou foragido vários meses, vinha se apresentar quando foi preso numa barreira da polícia rodoviária federal, estava vindo de ônibus com passagem paga pelo próprio delegado. Onde já se viu isso, o delegado pagar a passagem de um suspeito tirando dinheiro do próprio bolso? E tem mais, logo após ter sido ouvido, o Leandro foi liberado e da delegacia foi direto para um bar comemorar com seu pai, postando fotos nas redes sociais". Relatou Faelma que continuando citou que o depoimento de Nunes não tem um minuto se quer de verdade. "Leandro já contou várias versões para o crime, primeiramente disse que os meninos levaram ele em casa primeiro, depois contou que ele estava no bar bebendo com o Bruno e o Yarley, e que foram embora juntos, então senhores jurados a gente nota que não tem um minuto de verdade na fala do Leandro, porque eu não tenho dúvida de que ele praticou a conduta, porque se ele não tivesse praticado a conduta ele não teria fugido. Que medo o Leandro teria de permanecer na cidade sabendo que era inocente? Que medo o Leandro teria de chegar na polícia e entrega a camiseta suja de sangue sabendo que era inocente. Primeiramente ele diz que tava com medo do Bruno, com medo do Yarley, com medo de ir pra cadeia. Não excelências, ele não estava com medo, ele não tem medo do Bruno, ele não tem medo do Yarley, ele não tem medo nem de Deus, até porque ele inclusive já tentou matar o próprio pai, aqui em Tocantinópolis todo mundo sabe". Reforçou a jurista.

Imagem do Site www.tocnoticias.com.brO defensor público Diansley  Gonçalves Santana em uma de suas explicações ao corpo de jurados citou que o julgamento deveria ser cancelado por causa da falta da testemunha chave que é Leandro. Para o defensor, o testemunho de Nunes seria fundamental para o esclarecimento do caso.

Diante das acusações e defesas realizadas, durante mais de 13 horas de discursos e apresentações o júri se reuniu as 22h30min e poucos minutos depois foi apresentado o resultado do julgamento pelo entendimento dos jurados, onde o conselho de sentença decidiu, por maioria, afastar a autoria delitiva de Bruno Gomes Barros e Yarley Carvalho Costa, e assim a juíza presidente do tribunal do júri Gisele Pereira de Assunção Veronezi leu o resultado seguinte:

Diante da decisão resultante da vontade soberana dos senhores jurados formadores do conselho de sentença, Julgo Improcedente o pedido formulado na denúncia, razão que absolvo Bruno Gomes Barros e Yarley Carvalho Costa, anteriormente qualificados nos autos, das imputações que lhe foram feitas na denuncia, e por consequência, revogo todas as medias constritivas eventualmente impostas. (Clique Aqui para ter acesso a sentença)

Antes mesmo da magistrada encerrar sua fala a irmã da vítima Romildo Alves Lima se manifestou gritando que seu irmão não era um verme. "Quer dizer que ficou impune mesmo o que eles fizeram? Quer dizer que meu irmão ficou como se fosse um verme? Isso não foi justiça, foi uma injustiça porque meu irmão não é nenhum verme, mais na justiça de Deus não vai ficar assim que eu sei". Disse Solange Lima enquanto saia do plenário amparada por uma amiga, e antes de deixar o recinto voltou a se pronunciar: "Meu irmão não foi nenhum verme ele nunca fez mal a ninguém, não tinha o porque de ter sido impune dessa forma". Desabafou.  Assista o momento no vídeo abaixo:

Decretada a inocência e soltura dos dois principais suspeitos após o julgamento, fica uma pergunta no ar, Quem Matou Romildo Alves?

Entenda o Caso

Imagem do Site www.tocnoticias.com.brRomildo Alves Lima teve a vida ceifada aos 32  anos no dia 26 de Fevereiro de 2016, e segundo a perícia, o  mesmo teve lesões na cabeça ocasionadas por forte pancadas além de ter tido a garganta cortada com uma faca. Seu corpo foi encontrado no início da madrugada do mesmo dia 26 e a vítima tinha sido vista pela ultima vez na companhia de três jovens consumindo bebidas alcoólicas num bar das proximidades do local do crime no Setor Dergo em Tocantinópolis.

Diante do acontecido uma equipe chefiada pelo Delegado Regional Tiago Daniel de Moraes iniciaram as investigações do caso e diante das provas conseguidas a polícia civil chegou aos três principais suspeitos, sendo estes Leandro Nunes Cortez, Bruno Gomes Barros e Yarley Carvalho Costa.

O delegado então ouviu os acusados, Bruno Gomes, Yarley Carvalho e Leandro Nunes,  este ultimo disse que estava bebendo com Bruno e Yarley, e depois Romildo chegou na mesa juntando-se a eles. Nunes contou ainda que enquanto estavam bebendo Bruno e Romildo tiveram dois desentendimentos, no qual a vítima falava de forma intimidadora com Bruno, fazendo sinais com o dedo em direção a este, mas depois pararam as discussões e continuaram a beber. Cortez disse ainda que como estava a pé foi embora do bar por volta de uma hora da madrugada, enquanto os três referidos permaneceram no estabelecimento. 

Foto: divulgaçãoJá Bruno contou "Que estava bebendo com Yarley e Leandro, quando Romildo se aproximou da mesa e começou a caçar conversa e ameaçando de morte ele e seus amigos. Informou que resolveram ir embora do bar, ocasião que Romildo pediu para ele ir até a casa dele (Romildo), momento que foi caminhando ao lado de Romildo, enquanto Yarley e Leandro seguiram do lado na motocicleta. Nesta hora Leandro percebeu alguma coisa e comentou com Yarley que achava que Romildo estava fazendo uma casinha para o Bruno, e assim, incentivado por Leandro, Yarley desceu da moto e deu uma capacetada em Romildo que sucumbiu ao chão, a pancada foi tão forte que quebrou o capacete".

Yarley também contou que havia participado do crime e ao delegado relatou o seguinte: "Que estava bebendo com Bruno e Leandro, quando Romildo se aproximou da mesa e começou a caçar conversa dizendo que [ia pegar os meninos da vila], ameaçando a todos. Quando Bruno foi pagar a conta Romildo pegou no Foto: divulgaçãobraço dele, ocasião que Bruno deu uma cotovelada em Romildo para que ele soltasse o seu braço, sendo que a vítima pediu para Bruno ir até a casa dele (Romildo), então Bruno foi caminhando ao lado de Lima e o interrogado juntamente com Cortez seguiam do lado de moto, e que quando chegaram perto do Comercial Campineira Leandro percebeu alguma coisa, pois ele disse que achava que Romildo estava fazendo uma [casinha] para Bruno, e pensando nisso, Yarley resolveu descer da moto desferindo uma capacetada em Romildo, momento este que Bruno pegou o capacete e deu outra capacetada na vítima que caiu no chão, sendo que o capacete quebrou na hora, ocasião que Bruno foi procurar um pedaço de pau para dar uma paulada em Romildo mais por infelicidade encontrou uma faca no chão, momento que Bruno pegou a faca e foi em direção de Romildo, mas, não sabia informar se Bruno acertou a facada na vítima".

Foto: divulgaçãoO dono do bar onde o quarteto ingeriam bebidas alcoólicas também foi intimado a depor e na delegacia contou que estavam no seu comércio, Bruno e mais dois amigos dele, um moreno fino e outro branco fino, sendo que depois chegou Romildo, e todos ficaram bebendo cervejas juntos. O proprietário relatou ainda que Bruno e Romildo discutiram, mas depois continuaram a bebedeira. O comerciante disse ainda que eles foram embora na mesma direção, relatando que viu Bruno do lado de Romildo, se abraçando e se empurrando, e outro rapaz moreno fino ia pilotando a moto ao lado deles, reconhecendo Leandro Nunes e Yarley Carvalho como sendo as pessoas que bebiam com Bruno e Romildo.

Após os reais indícios de que Leandro Nunes Cortez estava envolvido no crime, já que os depoimentos dos outros dois acusados levavam a crer que eles agiram por incentivo do mesmo, o delegado tentou intimá-lo novamente porém, o mesmo não foi mais encontrado e assim, o delegado intimou o pai de Nunes, o vigilante João Cortez Marinho que ao responsável pelas investigações apenas confirmou que seria o pai de Leandro e que este estaria desaparecido, citando ainda que não sabia informar noticias de seu filho.

Imagem do Site www.tocnoticias.com.brDiante das provas e dos depoimentos o delegado regional pediu pela prisão preventiva dos acusados Yarley e Bruno tornando Leandro Nunes foragido da lei. O pedido foi aceito e a dupla ficou presa por alguns dias, e depois conseguiram a liberdade por meio de uma advogada, onde Bruno e Yarley voltaram atrás no primeiro depoimento e passaram a acusar o delegado de ter forçado eles ter confessado o crime mediante agressões, e assim os dois  foram soltos.

Em Dezembro de 2016 Leandro Nunes foi preso em uma barreira da Polícia Rodoviária Federal na cidade de Paraíso do Tocantins, quando se deslocava para Tocantinópolis a fim de se apresentar a polícia. Recambiado para Tocantinópolis Nunes prestou novo depoimento e foi liberado, fato que ocasionou em grande comemoração com xingamentos por parte de seu pai que passou a atacar o comunicador Roberlan Cokim, responsável pelo editorial do Portal Tocnoticias. (Vejam o show de baixarias no vídeo abaixo)

Menos de um mês depois do depoimento de Leandro Nunes, o delegado pediu novamente a prisão de Bruno e Yarley, o que foi acatado pelo juiz de direito e até então os dois seguiam presos aguardando o julgamento que aconteceu nesta quinta feira (09).

Fonte: Redação do Tocnoticias