A Polícia Federal em operação no Amazonas se mostra preocupada com a aproximação das plantações da coca com o solo brasileiro. Antes elas estavam a mais de 400 quilômetros das fronteiras com o Brasil, agora estão a pouco mais de 30 metros. De acordo com a PF, a plantação antes feita por agricultores na Colômbia e no Peru passou a ser feita por narcotraficantes.
Uma das soluções apresentadas para evitar essa aproximação é fazer com que esses traficantes não recebam suprimentos, explica o ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Mauro Spósito, com 30 anos de experiência nestas ações. “Enquanto o inimigo tiver suprimento ele tem munição para dar tiro. Ações pontuais são boas, mas enquanto não se adotarem ações permanentes de repressão a guerra estará perdida”, alerta.
O problema se agrava porque, além da droga, o tráfico de cocaína gera cada vez mais problemas na região amazônica: homicídios, roubos, sequestros, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Isso tudo por conta da aproximação da produção da droga com o mercado consumidor brasileiro.
Combate
De acordo com Spósito, há centenas de traficantes. “Eles têm representantes junto à fronteira do Brasil com Peru e Colômbia, que intermediam a compra da droga e a trazem para Manaus. Alguns grupos têm ponto de distribuição em Manaus e até em outros Estados. Não precisa de muita coisa. Só de dinheiro”, conta.
Ainda segundo a PF, nos próximos dois meses, 11 instituições estarão envolvidas em uma operação de fiscalização para evitar que a droga entre no Brasil. Ela funcionará 24 horas por dia e 365 dias por ano. Serão fiscalizadas todas as embarcações que adentram o Rio Solimões, uma média de 150 por dia.