Uma mãe, aos prantos, insiste em ver o filho morto, cujo corpo foi encontrado dentro de uma lixeira no bairro da Compensa, Zona Oeste de Manaus. Trata-se do usuário de drogas F.A.S, de 21 anos, assassinado no final do mês passado, com uma paulada no maxilar.
O autor do crime, ainda não identificado, levou o corpo até a lixeira, em frente a uma empresa de parabrisas, próximo da esquina da rua Teófilo Dias, em um carrinho de mão. O assassino não identificado atingiu Fernando com um pedaço de madeira enquanto consumiam entorpecentes em um rip-rap do outro lado da Avenida Brasil, no sentido bairro/Centro.
O golpe foi tão forte que quebrou o maxilar e o pescoço de Fernando. Após constatar a morte, o homem colocou um saco plástico da cabeça até o tórax da vítima e outro dos pés até a cintura. Ele pegou um carrinho de mão usado na construção civil e levou o corpo num percurso de mais de cem metros até a lixeira. Ele passou com o corpo na frente de vários estabelecimentos comerciais e de pessoas que estavam na rua, mas ninguém suspeitou que se tratasse de uma pessoa morta.
No trajeto, o homem ainda passou na frente de uma câmera do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), na rua Teófilo Dias, equipamento que provavelmente flagrou a ação e que deve ajudar os investigadores da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) a elucidar o caso. A lixeira plástica disponibilizada na cidade pela Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) estava conectada a um poste de energia elétrica e o suspeito conseguiu colocar o corpo de Fernando sozinho no local.
O corpo ficou como se estivesse agachado dentro da lixeira apenas com a cabeça e parte do tórax para fora. Moradores acionaram os policias da 8º Companhia Interativa Comunitária (Cicom), que isolaram a área. De acordo com o tio da vítima, o cabo do Exército Aliton Aguiar, 44, Fernando deixou a casa onde morava na Rua da Paz, na Compensa, para viver pelas ruas em função do vício em drogas. Ele ficava constantemente na companhia de outros usuários, segundo o tio, e tinha cometido vários furtos na área para sustentar o vício. Conforme Aliton, Fernando foi visto pela mãe e pela tia dele pela última vez na tarde do sábado (26).