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MPO Mantém Rodovia TO-126 Interditada Pelo 3º Dia Consecutivo e Já Montaram Fogueira Para Derrubar Torre de Energia

Data do post: 27/02/2014 00:03:34 - Visualizações: (4841)

Três dias se passaram desde o inicio do bloqueio da rodovia que liga as cidades de Tocantinópolis, Maurilândia e Itaguatins, sem que nenhum representante do Governo viesse negociar com os manifestantes que agora se preparam para derrubar uma torre de transmissão de energia em alta tensão.

Imagem do Site www.tocnoticias.com.br             Os membros do Movimento Popular Organizado que luta pela pavimentação da Rodovia TO-126 estão com a estrada bloqueada desde a manhã da ultima segunda feira (24), e como nesta quarta feira (26), ninguém havia aparecido para negociar com o grupo, estes agora mudaram a tática e fizeram mais um bloqueio, agora na divisa das terras indígenas com o município de Tocantinópolis onde os índios montaram acampamento e munidos de motosserra derrubaram algumas árvores e já fizeram um amontoado de madeira debaixo da primeira torre que deverá ser derrubada na sexta feira (28), caso nenhuma resposta seja dada ao grupo.

            Na tarde desta quarta feira (26), os membros se reuniram no novo acampamento para discutir as ações do movimento, e ficou decidido a derrubada da torre de alta tensão pertencente a Rede Celtins como forma de chamar a atenção para os representantes da Funai, Ibama e Governo do Estado.

Clique Para Ampliar            O movimento quer a inclusão do trecho entre Tocantinópolis e Maurilândia que é de apenas 48km no projeto de asfaltamento do Governo que planeja fazer a pavimentação apenas do trecho entre Maurilândia e Itaguatins que é de 18km. O Governador em exercício Sandoval Cardoso assinou na ultima sexta feira (21), a ordem de serviço para o início da pavimentação daquele trecho, e isso irritou os líderes do MPO que imediatamente responderam com a interdição da rodovia no povoado Folha Grossa distante 4km do centro de Tocantinópolis.

            Ainda no segundo dia os manifestantes conseguiram o telefone do deputado Sandoval Cardoso que é o atual presidente da Assembléia legislativa e está governando o Estado interinamente e um deles falou com Sandoval que lhes respondeu que só negociaria caso alguns representantes do grupo se deslocasse até a capital Palmas. Quando o senhor Edigar Pereira Barros tentou explicar que seria inviável ir até a capital, o telefonema foi interrompido bruscamente, o que deixou os manifestantes irritado, já que a maioria imaginou que o Governador havia desligado o telefone na cara deles.

            Na manhã desta quarta feira os manifestantes chegaram a apreender um ônibus da prefeitura municipal de Tocantinópolis que estava buscando os alunos no local do bloqueio, mas depois entraram em consenso e liberaram o veículos para que as crianças  fosse para a escola.

Imagem do Site www.tocnoticias.com.br            No período da tarde os integrantes do movimento começaram a se deslocarem até a divisa do município de Tocantinópolis com a reserva indígena Apinajé, onde os caciques já estava montando acampamento e também com a rodovia bloqueada com paus, pedra e fogo. Do local do acampamento até uma das torres de energia elétrica são apenas 500 metros, e sendo assim o grupo inteiro foi até esta mais próxima e munidos de um motosserra começara a derrubar árvores para montar a enorme fogueira que deverá derrubar a torre caso não entrem em acordo.

            Após a fogueira está pronta dois grupos de indígenas iniciaram uma discussão na língua nativa deles, o que deixou o restantes dos manifestantes dos povoados de Folha Grossa e Ribeirão Grande apreensivos, pois mesmo sem entender nada do que eles falavam percebia-se um claro desentendimento. Foi então que um dos jovens de mune de uma palha e isqueiro ateou fogo na fogueira que em seguida foi apagado pelos índios mais velhos dentre eles os caciques. O clima foi esquentando pois o grupo dos mais novos queria derrubar logo esta primeira torre e os mais velhos queriam estipular um prazo. Finalmente o grupo entrou em acordo, onde ficou decidido que estes aguardariam até a sexta feira (28), ás 13 horas da tarde para então por fogo e derrubar a torre de ferro.

Imagem do Site www.tocnoticias.com.brImagem do Site www.tocnoticias.com.br            O cacique da Aldeia Mariazinha Emilio Apinajé deu uma entrevista para nossa equipe de reportagem que esteve no local onde explicou que o tempo de espera está se acabando. "Nós caciques decidimos que vamos tocar fogo nessa torre. Até agora nenhum órgão responsável, principalmente Ibama e Funai não compareceram aqui, eu espero que membros destes dois órgãos compareçam aqui, que conversem com a gente aqui, se eles não vierem nós já marcamos este prazo até sexta feira uma hora da tarde, se ninguém comparecer, estamos avisando para todo o Estado do Tocantins que nós vamos estar derrubando esta torre". Disse o Cacique.

            O professor Júlio Apinajé que mora na aldeia Olho D'água também concedeu entrevista explicando quais são as verdadeiras reivindicações de seu povo. Júlio disse que as lideranças já estão cansadas de serem jogadas de um lado para o outro igual uma bola. "Quando vamos na Funai, eles falam que não são eles, vamos no Ibama este diz que é o governo, então a gente fica sem nenhuma solução para solucionar este problema, então vamos partir pra esta atitude drástica como vocês estão vendo aqui, e o objetivo nosso é derrubar essa torre de alta tensão que vai prejudicar várias cidades desta região do Tocantins, e a única forma que a gente pede para os governantes do Estado, principalmente para o Ministério Público Federal ou Estadual, é que eles estejam presentes em vir aqui pra gente negociar pra falar para todos os representantes locais". Explicou o professor.

            Júlio falou ainda que eles querem alguma resposta pois todos culpam os indígenas dizendo que estes não querem a pavimentação mais não é verdade. "A gente sabe da desvantagem que a TO oferece mais a gente também sabe que tendo esta rodovia pavimentada vai ser um benefício pra todos nós, e por isso que eu peço para o Ministério Público Federal e Estadual, juntamente com a Funai e Ibama, ou o próprio representante do Governo como o Siqueira pra virem para a gente negociar da melhor forma possível para que não haja algum problema futuramente". Finalizou Júlio Apinajé.

            Finalizando o dia os indígenas comemoraram com a tradicional dança da guerra no local onde eles planejam ficar por muitos dias até que apareça uma solução. No local onde a rodovia está interditada eles montaram uma cabana coberta de plásticos para pernoitarem caso a chuva apareça.

Vejam mais algumas fotos no slide abaixo:

Fonte: Redação do Tocnoticias