Mesmo estando numa cadeia que possui mais funcionários do que detentos, os presos conseguiram serrar as grades de duas celas e mais um portão de acesso ao banho de sol e pularam o muro usando uma corda artesanal.
A fuga aconteceu na madrugada desta segunda feira (14), quando os detentos Jardel Batista de Jesus, Adão Ferreira da Silva, Werlem Ferreira dos Santos, Domingos Vieira da Silva e Ivan Pereira de Jesus, aproveitaram a madrugada e serraram as grades das celas de números 04 e 05, passando então para o corredor onde novamente serraram as grades da porta que dá acesso ao pátio de banho de sol, e lá, escalaram o muro usando uma corda artesanal apelidada de "Tereza", que é feita de tecidos como lençóis, cobertores, calças e camisas para ganhar a liberdade neste final de ano.
O fato mais curioso nesta ultima fuga é que em uma das celas no qual os presos fugiram estava o jovem Igor Daniel Nobre Domingos, e este mesmo sabendo da facilidade da fuga, resolveu ficar, o que leva a crer que o mesmo está muito confiante em sair da cadeia pela porta da frente em breve, mesmo tendo ceifado uma vida com várias facadas em uma festa de carnaval, já que Igor deveria ter sido julgado no ultimo dia 17 de Novembro, mas seu julgamento foi suspenso após sua advogada ter pedido o chamado "desaforamento criminal", alegando falta de segurança na comarca de Tocantinópolis.
Esta fuga vem alertar as autoridades quanto as facilidades encontradas pelos detentos que estão ou cumprindo pena, ou aguardando julgamento nesta cadeia pública, pois nas celas são encontrados frequentemente vários celulares, drogas e farto materiais cortantes e perfurantes que na maioria das vezes são fabricados pelos próprios presos e outros entram com facilidade no mini presídio.
Cabide de Empregos
A cadeia pública de Tocantinópolis se tornou um exemplo de como não se deve gerir um presídio. O local abriga mais de quarenta funcionários, que em sua maioria são considerados "Fantasminhas camaradas", colocados por políticos que resolvem apadrinhar seus apoiadores conseguindo uma vaga de "emprego", e não "serviço" muito bem remunerados numa das instituições mais importantes de um Estado que é a "Segurança Pública".
Um levantamento feito recentemente por nossa equipe de reportagem que conseguiu com exclusividade a lista de funcionários desta cadeia, revela o absurdo de que contabilizando tanto os detentos que ficavam na cadeia feminina de Palmeiras do Tocantins que foi recentemente fechada para "Conter Gastos", sendo que as 07 presas que lá ficavam foram redistribuídas para as cadeias de Babaçulândia, Palmas e Pedro Afonso, chegávamos ao quantitativo de 42 detentos dentre homens e mulheres, isso antes da fuga e "pasmem", tínhamos os mesmos 42 funcionários. Até um analfabeto não precisaria fazer contas para saber que aqui em Tocantinópolis os políticos cheios de boas intenções cujo inferno deve estar cheio, conseguiram alcançar a incrível marca de um funcionário para cada detento.
Destes 42 [trabalhadores] apenas 16 são concursados, sendo que a maioria responde ao cargo de "Agente Penitenciário", e outros 26 (Vinte e Seis), são contratados onde "alguns", vestem a camisa e realmente trabalham, e esses não precisamos citar nomes, mas outros chegam ao cumulo de trabalhar somente aos domingos 02 (duas) horas por dia, totalizando apenas 08 horas trabalhadas por mês e recebem o mesmo valor que o pobre coitado que dá duro as vezes de segunda a segunda.
Depois do fechamento da cadeia feminina de Palmeiras 04 funcionários "Concursados", foram transferidos para o presídio de segurança máxima de Barra do Grota em Araguaína, mesmo tendo residência fixa em Tocantinópolis, o motivo? A maioria dos concursados não tem o rabo preso e podem pensar por si só e não servem para ser apadrinados pela politicalha.
O chefe da cadeia pública Senhor Vinicius de Lima chegou a instalar câmeras de segurança para monitorar os arredores da cadeia, e após elas, vários flagrantes foram registrados de tentativa de se jogar celulares, objetos e drogas para dentro do presídio, sendo que num desses flagrantes dois homens foram presos, porém, a luta do chefe da cadeia vai além de suas medidas preventivas, pois há também os entraves burocráticos impostos pela política suja que vivemos em todo o território brasileiro.
A desconfiança maior é a de que funcionários estejam trabalhando dos dois lados. E isso já foi devidamente constatado após a delação não premiada de um familiar de um dos detentos que exigindo sigilo, contou detalhes de como e quem leva drogas celulares e serras para dentro das celas, o que não pode ser exposto já que o delator correrá risco de vida caso a denuncia seja divulgada.
Com uma "ajudinha" dessas, os detentos de Tocantinópolis parecem ter uma vida boa levando-se em conta o fator comunicação já que até smartphone foi encontrado lá dentro. (Veja na imagem ao lado a lista com os sobrenomes dos funcionários contratados da cadeia)
Outras denuncias devidamente apuradas e constadas é o fato de que funcionários "contratados" como Auxiliar de Serviços Gerais são frequentemente vistos dirigindo veículos "Cautelados", inclusive para uso particular e em outras vezes são flagrados prestando favores para uma empresa que ganhou a licitação para o fornecimento de alimentação aos detentos, enquanto os que ficavam em Palmeiras mesmo sendo concursados, eram obrigados a usar seus próprios veículos para fazer tarefas do cotidiano da cadeia que funcionava na cidade.
Água a Ver Navio
Um outro absurdo constatado na dita cadeia é o desperdício de água. Numa época em que se vê a todo instante a triste situação de algumas regiões do Brasil cujo bem precioso como a água está se findando, em Tocantinópolis a cadeia pública local consome nada menos que uma média de R$ 10.000,00 (Dez mil reais) por mês com pagamento de água para a empresa Odebrecht Saneatins. Parece até mentira mais ao que tudo indica os detentos vivem em uma piscina que é trocada a água pelo menos uma vez a cada três dias.
Conseguimos pelos menos três contas de água de datas diferente para provar que os gastos exorbitantes com água vem acontecendo a muito tempo atrás, o que pode ser facilmente explicado com a velha estória do vazamento, mas não devemos esquecer que a mesma cadeia recebeu uma reforma completa a pouco tempo, e sempre vem recebendo reparos contínuos.
Entramos em contato com uma empresa que faz poços artesianos e solicitamos um orçamento no intuito de furar um desses poços na sede do Tocnoticias, e por causa da localização da sede, e como o caminhão não poderia entrar até o quintal, ficou em R$ 28 mil reais, isso caso a perfuração não fosse tão funda como em outros locais por perto onde a mesma empresa já perfurou. O orçamento foi pedido apenas para mostrar o quanto o desperdício é grande, se o Estado está alegando a crise para fechar a cadeia feminina, porque não mandam perfurar um poço na cadeia para também economizar?
(Veja na imagem ao lado algumas contas de água com seus respectivos valores grandiosos).
