Polícia não sabe dizer de onde partiu disparo que atingiu o rapaz na testa. Fagner dos Santos, 19, foi morto em reintegração de terreno, na Vila Luizão.
O tiro que matou o jovem Fagner Barros dos Santos, de 19 anos, durante uma ação de reintegração de posse de um terreno na Vila Luizão, em São Luís, não saiu das armas entregues para perícia pela Polícia Militar, segundo laudo do Instituto de Criminalística (ICrim) divulgado nesta terça-feira (1º).
Até o momento, a polícia não sabe dizer de onde partiu o disparo que atingiu o rapaz na testa. "Nosso laudo é bem objetivo e a gente recebe o armamento que é encaminhado e, em cima disso, a gente faz um exame para responder a uma única pergunta, se o projétil percorreu o cano de alguma dessas armas. No caso em questão, tudo deu negativo", explica o diretor do Icrim Fábio Costa, em entrevista à TV Mirante.
Costa afirma que foram entregues ao instituto quatro pistolas .40 e uma metralhadora de calibre .30. "O projétil que nos foi encaminhado, retirado do corpo da vítima, é de .40. [Demorou] em torno de três dias", confirma o diretor.
O diretor diz que não acredita que ter havido troca das armas nas 24 horas anteriores à entrega das mesmas. "O que eu posso lhe afirmar é que apreendidas as armas, há um procedimento normal que a polícia trata, questão de qualificação das armas, pra encaminhar para cá. Esse período de vinte quatro horas é perfeitamente compreensível", garante.
Crime
Fagner foi morto a tiros na tarde de 13 de agosto, durante a reintegração de posse de um terreno na Vila Luizão. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, a Polícia Militar estava fazendo a retirada de invasores do terreno quando um policial, que integrava a operação, disparou um tiro na testa da vítima, que morreu no local.
Dois policiais militares identificados como Marcelo Monteiro dos Santos e Janilson Silva dos Santos estão presos no Comando Geral da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA) suspeitos pelo crime. Eles foram reconhecidos por testemunhas que compareceram à Delegacia de Homicídios.
Revolta e comoção marcaram o velório do jovem. Familiares e amigos do rapaz afirmam que ele foi morto covardemente e pedem justiça.
Ação isolada
Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) afirmava que o PM havia agido sem ordens de superiores. Em entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública, Jefferson Portela, garantiu a apuração de responsabilidades sobre o caso.
O comandante-geral da PM-MA, coronel Marco Antônio Alves, ressaltou o empenho das forças de segurança para apurar as circunstâncias da ocorrência, que, para ele, se trata-se de um caso isolado.