No último sábado, dia 16, a Rua Bela Vista em Tocantinópolis foi palco de mais uma tragédia no trânsito que levantou sérias questões sobre a segurança viária e a rapidez no atendimento a vítimas.
Uma mulher, identificada como Francisca Cavalcante, carinhosamente conhecida como "Francisquinha", que estava na garupa de uma motocicleta, perdeu a vida em um acidente que chocou a comunidade local. A colisão, ocorrida por volta das 11h50min, envolveu violentamente outra motocicleta em uma das perigosas esquinas da Rua Bela Vista, no Setor Alto da Boa Vista I.
O que agrava ainda mais essa tragédia é o fato de que o socorro médico, após ser acionado, demorou incríveis 28 minutos para chegar ao local. Testemunhas oculares relataram a angústia de ver o tempo passar enquanto esperavam desesperadamente pela ajuda necessária. A situação se tornou ainda mais crítica quando os socorristas, devido à limitação de espaço na ambulância, tiveram que tomar uma decisão difícil: quem transportar primeiro. Infelizmente, a vítima que acabou falecendo foi deixada aguardando a chegada de outra ambulância, o que pode ter contribuído para o desfecho trágico. A vítima só foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) cerca de 40 minutos após a colisão.
Outro aspecto que merece destaque é que o garupa da moto envolvida na colisão, ao perceber a gravidade do ocorrido, escondeu o veículo em uma das residências próximas ao local do acidente, na tentativa de evitar a ação da Polícia Militar, que chegou minutos depois.
Francisquinha era uma figura muito conhecida na cidade de Tocantinópolis, tendo trabalhado em uma casa lotérica, onde atendia diariamente centenas de pessoas, antes de assumir um cargo em uma distribuidora de bebidas da cidade. Sua partida deixa um vazio na comunidade e levanta questionamentos sobre a segurança no trânsito e a qualidade do atendimento de emergência na cidade.
A falta de sinalização adequada nas vias públicas é uma questão que há tempos vem preocupando os vereadores do município, que têm cobrado medidas do prefeito Paulo Gomes através de vários requerimentos apresentados e aprovados na câmara. Antes deste trágico acidente, ocorrências de menor gravidade já ocorriam com frequência, mas agora, com a perda de uma vida, é esperado que o gestor tome medidas urgentes. Afinal, nos últimos anos, os cofres da prefeitura receberam mais de R$ 13 milhões de reais em recursos do IPVA, dinheiro esse que teoricamente deveria ter sido usado na sinalização e outras melhorias, o que torna inaceitável o estado precário das ruas e avenidas da cidade.
A comunidade de Tocantinópolis clama por ações imediatas que garantam a segurança no trânsito e um atendimento de emergência ágil e eficaz. A vida de Francisquinha não pode ter sido perdida em vão; é hora de as autoridades locais assumirem a responsabilidade e agirem para evitar que tragédias como essa se repitam no futuro.
