Além do Governador, também são citados no suposto esquema os deputados estaduais Léo Barbosa “filho de Wanderley”, Cleiton Cardoso, e Ivory de Lira, além do ex deputado Eduardo Siqueira Campos e o atual deputado federal Ricardo Ayres.
Recentemente, o estado de Tocantins se viu envolto em mais uma complexa investigação que foi divulgada com exclusividade pela TV Anhanguera. O inquérito em questão está focado na suspeita de fraude na compra de cestas básicas, e seu alcance tem se estendido a nomes importantes da política local, incluindo o governador Wanderley Barbosa.
Tudo começou quando a TV Anhanguera teve acesso a um documento sigiloso que listava nomes de deputados estaduais e um ex-parlamentar sob investigação na suspeita de compra irregular de cestas básicas. Além disso, o relatório da Polícia Civil, que agora está nas mãos da Justiça, mencionou o nome do governador do estado, Wanderley Barbosa. A partir desse ponto, o caso foi transferido para o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para uma investigação mais aprofundada.
O desembargador Pedro Nelson de Miranda Coutinho, que está responsável pelo caso, emitiu uma decisão mantida em sigilo de justiça. Esta decisão está relacionada ao inquérito policial que investiga o possível desvio de recursos na aquisição de cestas básicas pelo governo do estado. Inicialmente, o caso estava sob jurisdição do Tribunal de Justiça, mas, à medida que as investigações avançaram novas informações vieram à tona.
Um dos pontos de destaque nesse desenrolar é a possível implicação do governador Wanderley Barbosa. Um relatório de análise financeira produzido pela Polícia Civil apontou indícios de seu envolvimento, incluindo uma transferência de dinheiro de um empresário investigado no dia 3 de novembro de 2020. É importante mencionar que, na data da transferência, Wanderley Barbosa era vice-governador e assumiu o cargo de forma interina em outubro de 2021. Isso, segundo a regra da prerrogativa de foro, torna o STJ à instância competente para continuar a investigação e possivelmente julgar uma ação penal.
De acordo com a regra do foro de prerrogativa de função, cabe ao STJ processar e julgar o governador em exercício que tenha deixado o cargo de vice-governador durante o mesmo mandato, quando os fatos alegados estejam relacionados ao exercício de funções no âmbito do Poder Executivo Estadual.
A Posição do Governador e dos Demais Envolvidos:
Até o momento, o governador Wanderley Barbosa não recebeu notificação formal relacionada às supostas alegações que surgiram durante o inquérito policial sigiloso. Em comunicado oficial, ele expressou preocupação com o vazamento seletivo de informações e sugeriu que forças externas poderiam estar moldando a narrativa de acordo com suas agendas, o que poderia minar a confiança nas instituições. O governador se comprometeu a se manifestar nos autos do processo e apresentar sua defesa à justiça e à população tocantinense.
Os deputados estaduais Cleiton Cardoso e Leo Barbosa, do Republicanos, assim como o ex-deputado Eduardo Siqueira Campos, demonstraram surpresa em relação às alegações e alegaram não terem sido notificados. Cada um deles expressou sua disposição em colaborar com a justiça e esclarecer sua posição.
O deputado federal Ricardo Aires também se manifestou, afirmando que não possui conhecimento completo do processo, mas está disposto a compartilhar seu sigilo bancário e telefônico. Ele argumentou que não há provas contra ele no inquérito e destacou seu papel na autorização de emendas parlamentares que possibilitaram a distribuição de cestas básicas durante a pandemia.
Por fim, o deputado estadual Ivone de Lira, do PC do B, expressou sua intenção de esclarecer qualquer ato ilegal atribuído a ele assim que tiver acesso ao inquérito.
Será se teremos mais um governador cassado?
Assista a reportagem da TV Anhanguera no vídeo abaixo:
