No dia 26 de abril deste ano, a Polícia Federal deflagrou a Operação Rota Caipira, que desvendou um esquema de tráfico internacional de drogas em diversos estados do Brasil. Entre os investigados está o empresário Márcio César Trindade Oliveira, conhecido como César Trindade, proprietário de uma concessionária de veículos em Araguaína.
A ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu manter a prisão preventiva de César Trindade, após analisar um habeas corpus impetrado por sua defesa, formada pelos advogados Edgar Luís Mondadori e Michel Pires Ferreira. A decisão da ministra, datada de sábado (22), alegou que a matéria não seria julgada em regime de plantão.
De acordo com as acusações, César Trindade teria utilizado sua empresa para lavar dinheiro do tráfico de drogas, adquirindo bens e até mesmo uma aeronave no nome de um sobrinho também investigado. A operação Rota Caipira envolveu 13 estados brasileiros e resultou na expedição de 195 mandados, incluindo 28 de prisão preventiva e 95 de busca e apreensão. Além disso, foram sequestradas três propriedades rurais e 16 aeronaves ligadas ao esquema. Estima-se que até R$ 300 milhões dos investigados tenham sido bloqueados.
A Polícia Federal em Araguaína, cidade onde o empresário foi preso, descobriu que a organização criminosa adquiria cocaína no exterior e a transportava por meio de uma complexa estrutura aérea até pontos estratégicos nos estados do Pará, Tocantins e Maranhão. O destino final das drogas seria, inicialmente, as capitais nordestinas, como São Luís (MA), Teresina (PI) e Fortaleza (CE). A investigação teve início em novembro de 2020, após a apreensão de 815 kg de cocaína em Tucumã (PA) e uma troca de informações entre a Polícia Federal e a Polícia Militar do Pará.
As acusações sustentam que César Trindade desempenhava um papel fundamental no financiamento do tráfico internacional de drogas, além de estar envolvido na lavagem de dinheiro por meio de carros de luxo e outros bens. A defesa do empresário aguarda o julgamento do habeas corpus para tentar reverter a decisão que mantém sua prisão preventiva.
A Operação Rota Caipira é mais um exemplo da atuação das autoridades na luta contra o crime organizado e o tráfico de drogas no país. A complexidade do esquema desvendado reforça a importância da atuação conjunta dos órgãos de segurança para combater efetivamente esse tipo de criminalidade que causa sérios danos à sociedade. As investigações seguem em curso, e novos desdobramentos podem surgir à medida que mais detalhes são revelados pelas autoridades responsáveis.
